Hans Krása foi um compositor tcheco, nascido em Praga em 1899, ano da obra Verklarte Nacht Op. 4, de Schoenberg. Quando esse filho de advogado de família tcheca e mãe germânica veio à luz, o mundo via o alvorecer de uma série de idéias que ecoaram ao longo do século XX. Diversas desses discursos tinham genealogia na revolução industrial, que alavancou a burguesia e deslocou os poderes simbólicos; no cientificismo que tinha a esperança de uma ciência neutra e definitiva; no positivismo, que sob a influência do iluminismo causou fortes impactos no Brasil. Poderíamos destacar outros muitos afluentes do pensamento que culminou em uma conjuntura bastante específica durante o século.
Um movimento do seu Quarteto de Cordas Op. 2 pode ser assistido no “Você Tubo” aqui embaixo:
Pois esse compositor, quase conterrâneo de Górecki, tem uma lista de aproximadamente treze obras. Repentinamente, nosso prezado Hans teve seu auge criativo interrompido bruscamente. Diversos adjetivos poderiam ser usados para descrever a barbárie a qual esse homem foi submetido, entretanto, um nome resume concisamente e dá conta plena do significado: Auschwitz. Com quarenta e cinco anos, sendo considerado inapto para os trabalhos forçados, Krása foi assassinado em outubro de 1944.
No Brasil, diversos episódios recentes nos remeteram às atrocidades outrora praticadas. Durante a última semana fomos lembrados de maneira bastante incisiva da atenção que devemos ter com idéias disfarçadas de “desenvolvimentismo” que podem culminar nos mais cruéis atos de violência (seja ela lá qual for).
Fiquemos atentos…
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